Cheguei agora a este mundo de adultos, começo aos poucos a entendê-lo, embora tenha dificuldade em aceitá-lo. Os adultos parece que sabem sempre tudo, usam conceitos que proferem com convicção, tanta, que até parece que falam mesmo verdade. Eles acham que estão certos, perderam a capacidade de imaginar, como tal não enxergam para além do seu umbigo. No seu umbigo reside a sua verdade. O seu umbigo é o paradigma da honestidade, seriedade e capacidade de amar. Eu não gosto de adultos, parece que têm sempre razão, mesmo quando dizem merda. Agradeço aos adultos, mostrarem-me aquilo que jamais quero ser, a verdade balofa de um umbigo enrrugado. Gosto de sonhar e viver intensamente, sem reservas e com muita explosão à mistura, não quero ser um adulto. Eles racionalizam emoções, falam em amar racionalmente, falam de amizade sem deixar de olhar para o seu umbigo. Eu detesto os adultos, por isso, continuarei a sonhar e a pintar os dias da cor como os sinto. Eu gosto do céu, mas não creio em deus. Se deus existisse o céu não seria azul, estaria manchado de sangue. Eu não gosto de adultos, nem dos seus deuses. Ambos usufruêm de uma enorme inteligêngia emocional...outro conceito inteligente revelador da sua verdade, a castração das emoções, das suas e das dos outros. Eu curto não ser adulto.